Brazil
July 5, 2017
Mais de 260 profissionais voltados à produção de sementes e mudas participaram, de 20 a 22 de junho, em Foz do Iguaçu, do 36º Ciclo de Reuniões Conjuntas da CSM-PR (Comissão de Sementes e Mudas do Paraná). O encontro, teve o apoio da Apasem, do MAPA, Embrapa, Adapar, Abrass, de cooperativas, de empresas de pesquisa e de produção de tecnologias voltadas à produção e tratamento de sementes. A abertura solene do evento ocorreu na noite do dia 20, sendo presidida por Ademir Henning, presidente da CSM, estando à mesa representantes das empresa e instituições apoiadoras.
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O painel “Logística Reversa – recolhimento e destinação de embalagens de sementes tratadas”, e a discussão, com auditores fiscais do Ministério da Agricultura, sobre a aplicação da legislação de sementes e mudas, foram destaques do 36º Ciclo CSM. Na opinião do presidente da Apasem, Josef Pfann Filho, de forma geral os temas foram de interesse do setor e as discussões contribuíram para o entendimento e solução dos problemas que afetam a produção e comercialização de sementes.
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Logistica Reversa
Na tarde do dia 20 foi realizado o primeiro painel do evento: Logística Reversa – recolhimento e destinação de embalagens de sementes tratadas, que contou com a participação do coordenador de Resíduos Sólidos da Secretaria do Meio Ambiente – Sema, Vinicio Costa Bruni, do diretor executivo da Apasem Clenio Debastiani, de André Luiz Gimenez Giglio, da Brasken, e Edivaldo Seron e José Soto Veiga, do grupo de trabalho da Abrass/Abrasem. Ademir Henning, da Embrapa Soja, foi o moderador. O representante da Sema, Vinício Costa Bruni, fez uma explanação sobre a problemática do setor e providências que estão sendo tomadas para cumprir a legislação federal.
Depois da sua participação, em entrevista, elogiou a iniciativa de se discutir o tema nesse evento em função de contribuir para a divulgação e consolidação dos conceitos sobre o assunto. Frisou que o governo Richa está consciente das dificuldades em implantar essa política de destinação das embalagens, que “é complexa, pois envolve dos fabricante aos consumidores” e tem um custo alto para todas as cadeias envolvidas na busca de solução. Apenas o governo do Estado e as prefeituras terão que investir quase R$ 2 bilhões para implantar uma estrutura de coleta.
O que se busca, afirma Vinício, é um acordo setorial estadual, envolvendo todas as cadeias envolvidas na logística para destinação adequada de sete tipos de resíduos: setor de transportes, saúde, construção civil, agropastoris, saneamento, mineração e industrial. Sabe-se, ressalvou, que a implantação deverá ser lenta, considerando que a maioria dos países da Europa levou cerca de 20 anos para concluí-la, o que exigiu vultuosos investimentos.
O diretor executivo da Apasem, por sua vez, relatou as providências que o setor tomou a partir do momento que foi chamado para discutir a destinação adequada para as embalagens de sementes tratadas. No momento, mostrou o diretor, está sendo concluído um estudo que determinará o grau de toxicidade das embalagens de sementes tratadas, este dará suporte e orientação para um plano de destinação adequada dessas embalagens.
Legislação E Sigef
Coube aos auditores do Ministério da Agricultura do Paraná e Brasília dar um brilho especial ao Ciclo CSM, participando como painelistas de temas de grande importância para o setor: Sistema de Gestão da Fiscalização e Aplicação da Lei de Sementes e Mudas. O primeiro painel foi sobre a aplicação da legislação de sementes e mudas e atualização da legislação do Renasem, apresentado por Virginia Arantes Ferreira Carpi (MAPA- Brasília), Samira Omar Mohamad El Tassa e Rogério Luiz Pacheco, da Superintendênia do MAPA no Paraná. O SIGEF foi apresentado por Glauco Bertoldo, Tiago Pires Lemos e Rogério Luiz Pacheco, do MAPA no Paraná.
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Também foi destaque o painel “Vazio sanitário e o período de semeadura e colheita de soja – o impacto na produção de sementes e no futuro da cultura da soja”. Foram debatedores a pesquisadora Claudia Vieira Godoy, da Embrapa Soja; Maria Celeste Marcondes, da Adapar; e Elton Hamer, da Aprosmat, sendo moderador o engenheiro agrônomo da Fundação Meridional do Paraná, Ralf Udo Dengler. Ao final do painel, foi aprovada uma moção ao Ministério da Agricultura solicitando alterar a legislação de forma a permitir a adoção do vazio sanitário em todas as regiões que a pesquisa indicar.
Maria Celeste lembrou da pressão sofrida pelos profissionais da fiscalização nas audiências públicas promovidas para discutir o assunto e discorreu sobre a legislação estadual. Por sua vez, a pesquisadora da Embrapa, Claudia Godoy, ressaltou a importância da manutenção do vazio sanitário para reduzir a incidência da ferrugem asiática, que já custa ao Brasil mais de R$ 2 bilhões.
Nova Lei De Cultivares
Coube ao deputado federal Evandro Rogério Roman apresentar o painel “O estágio atual da nova lei de cultivares – PL 827/2015”. Foi acompanhado pela coordenadora de Sementes e Mudas do |MAPA, Virginia Arantes Ferreira Carpi, Leonardo de Oliveira Machado, da Abrass, e Ivo Marcos Carraro, vice-presidente da Abrasem e presidente da Braspov, tendo Scylla Cezar Peixoto Filho como moderador.
O deputado, que é presidente da Comissão Especial que analisa o PL 827/15, disse que reconhece o valor da pesquisa que a nova lei de sementes busca o equilíbrio entre as partes interessadas, isto é, a pesquisa e os demais setores envolvidos na cadeia da semente. Lembrou que graças à ação da pesquisa, a produtividade da soja, que era de 1000 kg/ha em 1976, hoje alcança 3.700 kg/ha. O Deputado sugeriu que pra resolver os impasses entre as partes e suas intenções, as mesmas devem aparar suas arestas e sugerir aos legisladores uma posição de consenso.
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