Brazil
November 22, 2012
Na última semana, pesquisadores da Embrapa Hortaliças (Brasília/DF) estiveram em Macapá, capital do Estado do Amapá, para ministrar palestras para extensionistas e agricultores na 8ª edição da Amazontech, feira de inovação tecnológica da Amazônia Legal. As demandas da região identificaram a necessidade de capacitação em cultivo protegido, tecnologia que viabiliza uma melhor condução da produção de hortaliças; e processamento mínimo, que possibilita a agregação de valor ao produto.
![](http://www.cnph.embrapa.br/img/amazontech_interno.jpg)
De acordo com o pesquisador Celso Moretti, chefe-geral da Unidade, havia muito interesse do público, especialmente em virtude do esforço anterior dos organizadores em levantar as principais demandas regionais. Em relação ao processamento mínimo de hortaliças, ele aponta a grande preocupação das pessoas com a segurança do alimento. “Por ser um trabalho incipiente, há dúvidas quanto aos processos de higienização, embalagem e rotulagem. E, realmente, é preciso ter cuidados na hora da sanitização para evitar a contaminação microbiológica do alimento”, enfatiza.
Moretti ainda atribui esse interesse por processamento mínimo de hortaliças às mudanças na configuração socioeconômica da região. “Com o maior ingresso de mulheres no mercado de trabalho e com a tendência de famílias reduzidas, tornaram-se necessários o consumo de alimentos de preparo rápido e a venda de produtos em menor quantidade”, assinala.
Nesse sentido, o pesquisador Ítalo Guedes, especialista em cultivo protegido, acrescenta que, a exemplo de outras áreas metropolitanas, a cidade de Macapá tem se desenvolvido economicamente e atraído pessoas de outras regiões onde o consumo de hortaliças é habitual. “Com isso, há aumento da demanda por esses produtos, que não são cultivados no Estado e, com a importação de outras localidades do país, chegam com um preço elevado”, analisa.
Para que a região mantenha uma produção de hortaliças consolidada, o cultivo protegido faz-se necessário principalmente por causa do fator climático. “Por ser uma região extremamente chuvosa, há dificuldades em se produzir hortaliças em campo aberto, uma vez que a umidade favorece o aparecimento de doenças”, explica Guedes. Com essa solução tecnológica, ainda que não substitua as importações, o Estado pode manter uma oferta mais regular de hortaliças e preços mais estáveis.
Além das palestras, a Embrapa Hortaliças também participou da Amazontech 2012 com as cultivares de hortaliças plantadas na vitrine viva de tecnologias. Havia variedades de batata-doce, berinjela, abóbora e cenoura. “Temos o desafio de disseminar a produção de hortaliças em regiões tropicais. Para isso, o primeiro passo é testar os materiais, que se desenvolveram muito bem na região, localizada em cima da Linha do Equador”, destaca Moretti. Literalmente, como dizia o tema do evento, é a agricultura sendo realizada no meio do mundo.