Brazil
November 28, 2011
Um projeto da Rede de Agricultura de Precisão desenvolvido entre a Embrapa Algodão e a empresa SLC Agrícola, com sede no Rio Grande do Sul, e com outras nove propriedades em regiões do Brasil já apresentou os primeiros resultados do emprego da técnica na cultura do algodão.
A avaliação foi realizada na safra de algodão 2010/2011 na fazenda Pamplona, pertencente ao grupo empresarial, em Goiás, onde são cultivados 10 mil hectares. Os resultados foram apresentados durante a segunda convenção da Rede de Agricultura de Precisão realizada na Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP), de 21 a 25 de novembro.
De acordo com a pesquisadora Ziany Neiva, da Embrapa Algodão, foram avaliados vários parâmetros da cultura, entre eles, o de espectrorradiometria de campo. Nesta técnica, o equipamento é acoplado a um notebook, com saída em fibra ótica e avalia como as folhas refletem a luz do sol. Ziany informou que as avaliações nutricional e de crescimento, que incluem a altura da planta e a análise do tecido foliar, são utilizadas para recomendação da adubação, visando à elevação da produtividade da cultura.
Ainda nesta área, com base na análise de solo, o pesquisador da Unidade, José da Cunha Medeiros, já programou a realização de outro experimento com a aplicação de seis doses de fósforo na área que apresentou deficiência para calibração deste nutriente.
Na visão da pesquisadora a parceria com a empresa privada foi fundamental para obtenção dos resultados empregando a técnica de agricultura de precisão, sem a qual, segundo ela, não seria possível chegar a essa conclusão. “A SLC Agrícola disponibilizou 57 hectares de área da produção para o experimento da Embrapa. Além disso, foi montada uma colheideira de algodão com monitor de produtividade somente para o projeto”, afirmou Ziany.
Ziany avaliou, com base em dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que nos últimos 30 anos – período de 1980 a 2010/2011 - enquanto a área plantada com algodão no Brasil foi reduzida de 4 milhões de hectares para 800 mil hectares, a produção cresceu em proporções similares, saindo de 500 para 4.100 quilos por hectare, graças ao emprego de novas tecnologias.
A pesquisadora destaca ainda a criação do laboratório nacional de agricultura de precisão que estará pronto em até 11 meses, na cidade de São Carlos. “Lá serão desenvolvidos equipamentos de tecnologia de ponta, como sensores de solo para umidade, robôs para aplicação de insumos e VANTS (veículos aéreos não tripulados) para monitoramento de culturas e áreas florestas”, adiantou. Segundo ela, muitos desses equipamentos já possuem protótipos prontos dentro da Rede de Agricultura de Precisão da Embrapa e foram apresentados durante o evento na semana passada.
Agricultura de precisão - um novo olhar
Durante convenção da Rede de Agricultura de Precisão também foi lançado o livro “Agricultura de precisão - um novo olhar”, com 60 trabalhos sobre o tema, incluindo dois capítulos sobre a cultura do algodão, de autoria dos pesquisadores da Embrapa Algodão Ziany Neiva, José da Cunha Medeiros, João Henrique Zonta Cunha e Gilvan Barbosa Ferreira, além de Ronei Sandri Sana, da SLC.
Foto: Embrapa