Brasil
September 15, 2015
O segundo dia do 19º Congresso Brasileiro de Sementes começou com a mesa redonda “Avanços em fisiologia da germinação e dormência de sementes”, coordenada por Renato Delmondez – da Universidade Federal da Bahia (UFBA) – e Márcia Balistiero Figliolia – do Instituto Florestal de São Paulo.
Participaram também Hiro Nonogaki – da Universidade Estadual do Oregon (EUA) –, o PhD em dormência de sementes Henk Hilhorst – da Wageningen University (Holanda) – e Cláudio José Barbedo – do Instituto de Botânica de São Paulo.
De acordo com Figliolia, o debate é essencial, pois a pesquisa científica ainda não é suficiente para compreender e solucionar a dormência e os problemas que ela acarreta na produção de espécies florestais. “O conhecimento gerado pelos estudos com superação de dormência ainda são pouco divulgados e os produtores desenvolvem seus próprios métodos, podendo subestimar o potencial da semente”, acrescenta.
Os estudos sobre da fisiologia e bioquímica das sementes agrícolas estão bastante avançados, no entanto não se pode dizer o mesmo sobre as espécies florestais. “[As] informações ainda são insuficientes para entender suas exigências e comportamento. Houve um avanço muito grande dos estudos acerca dos fatores ambientais (ecológicos) que afetam a germinação, mas é necessário mais investigação sobre como esses fatores agem em nível celular, considerando o conhecimento das características das espécies”, elucida.
Já em relação à dormência de sementes, os estudos mais recentes indicam que este fator está mais ligado à família e às características de cada espécie independente dos biomas em que ocorrem. “Embora alguns estudos desenvolvidos na região nordeste indiquem que a dormência causada por embrião dormente seja bem pronunciada na Caatinga”, ressalva.
Para Figliolia, é importante olhar para o assunto também pensando em aperfeiçoar o sistema produtivo. “Aplicando corretamente as técnicas de germinação e superação de dormência e fornecendo os recursos necessários ao processo germinativo, as sementes respondem prontamente, diminuindo o custo de produção, melhorando seu desempenho no campo, e aumentando a rentabilidade do processo”, detalha.
“Para as espécies que apresentam dormências associadas como resistência mecânica e fisiológica, o estabelecimento de técnicas que propiciem a superação dessas condições, simultaneamente, propiciarão uma germinação mais rápida e uniforme, diminuindo os problemas e custos de produção”, conclui.
Assessoria de Imprensa CBSementes