Brazil
January 21, 2020
Tecnologia de integração lavoura-pecuária proporciona maior aproveitamento na área de inverno, na engorda de gado e na produção de leite
No Brasil, a alimentação representa o maior custo da produção leiteira e também a maior preocupação dos produtores. Em torno de 70% de todo o valor gasto é destinado à alimentação. O custo é alto porque o setor da pecuária é dependente principalmente da disponibilidade de alimentos para os animais em produção. O verão é o período em que se produz maior volume de alimento conservado, especialmente a silagem de milho, mas no inverno as opções reduzem prejudicando a produção e encarecendo o valor dos alimentos conservados.
Preocupado em melhorar a produtividade, a qualidade e especialmente a eficiência da sua propriedade, o produtor de leite Jonatham Clamer, de Sertão (RS) resolveu inovar no inverno de 2018 e passou a complementar a alimentação das vacas com uma pastagem de trigo. Semeou 2,5 hectares da cultivar de trigo Leno e depois de 5 pastejos, fez as contas comparando a produção quando os animais eram soltos em outros tipos de pastagem e chegou a conclusão de que o pasto de trigo é mais rentável. “Eu observei que o trigo produz maior quantidade de matéria seca por hectare e com um teor de proteína mais alto. Na tirada de outros pastos, vindo pro Lenox ele tem uma produtividade de 2 a 2,5 litros de leite a mais por dia. Já quando tiramos os animais do trigo Lenox e botamos em outro tipo de pastagem, a produção diminuiu”, comenta.
Em Joaçaba (SC), a cultivar também foi testada e aprovada. O produtor de leite Hamilton Abatti, semeou dois hectares do trigo no mês de julho e até dezembro chegou a 8 pastejos. “No global, o trigo satisfez tudo o que eu precisava na propriedade. Ele é rentável e as vacas comem super bem. E ainda conseguimos aumentar em mais 2 litros/dia a produção de leite. Isso é fantástico, especialmente no inverno quando normalmente a produção não é tão boa. Nesta safra vamos dobrar a área”, relatou Hamilton.
Segundo o zootecnista da Biotrigo Genética, Éderson Luis Henz, a pastagem de trigo é uma boa opção para o pecuarista porque proporciona maior aproveitamento na área de inverno e, por suas características nutricionais, potencializa a engorda de gado e aumenta a produção de leite. A cultivar Lenox, de uso exclusivo para pastejo, possui alta palatabilidade, excelente sanidade foliar, elevada produção de biomassa e a alta capacidade de rebrota.
Mais leite no inverno
Cleber Slaviero, de São Miguel do Oeste (SC), se surpreendeu com o aumentou na produção de leite. “Aumentou a quantidade de produção e qualidade no pastejo dos animais. Notamos que as vacas comiam muito bem, era palatável e aumentou a quantidade de massa por área. Foram 5 litros a mais de leite no inverno, o que é bem incomum”, contou. A cultura foi implantada na metade de maio, o primeiro corte foi em junho e até novembro chegou a 8 cortes.
Alimento palatável
A integração lavoura-pecuária, através do cultivo do trigo exclusivamente para o pastejo, também aumentou a renda do produtor Darci Munzlinger, de Palmitos (SC). “Esse trigo tem um rebrote bastante rápido, não acama, tem um perfilhamento bom e está com uma qualidade acima das outras pastagens que a gente já trabalhou. As vacas têm pastejado bem, tem dado preferência ao trigo e tem deixado a aveia para trás. O resultado no resfriador já foi de um aumento de 3,5 litros/dia,”, relata Darci. Na propriedade, a semeadura foi realizada em abril totalizando 6 cortes até final de outubro.
Alto teor de proteína
Janderson Antoniolli, produtor de leite de Estação (RS), comenta que o custo da cultivar e o manejo é semelhante a outros tipos de pastagens, porém o retorno e o custo benefício é mais interessante. “Produz muita matéria em pouco tempo com teores de proteína passando de 30%. Sem dúvida, isso torna a propriedade eficiente, produzindo o máximo possível numa área pequena e num volume muito bom. Agrega em produtividade e em vida útil porque conseguimos um maior número de cortes em relação a outros materiais”, conta.
Manejo
O engenheiro agrônomo da Biotrigo, Jorge Stachoviack, explica que a capacidade de rebrota da cultivar de trigo Lenox proporciona novos pastejos entre 20 a 25 dias. “O Lenox possui um forte perfilhamento e enraizamento muito agressivo e com bom manejo pós-pastejo é capaz de superar 6 cortes com alta carga animal em sistemas de pastejo rotacionado ou contínuo. De uma forma bem manejada, essa cultivar pode expressar um grande potencial e suprir em quantidade e qualidade a produção de pasto no inverno”. Com o seu crescimento semi prostrado, o trigo também tem potencial de chegar a uma taxa de acúmulo diário de até 100 kg de matéria seca por hectare. “É uma cultivar de ciclo super tardio e a época de semeadura indicada é a partir de março e durante todo o inverno. A recomendação é fazer uma adubação de base e sempre a cada entrada para pastejo o produtor faça uma adubação nitrogenada após a saída dos animais. “Este manejo acelera o rebrote e mantém a vida útil da pastagem”, finaliza.
Veja algumas das características da cultivar para pastejo
- Elevada produção de matéria verde
- Excelente qualidade nutricional
- Alta palatabilidade
- Suporta pressão de pastejo e pisoteio
- Alta capacidade de rebrota (a partir de 6 pastejos)
- Taxa de acúmulo diária até 100 kg de matéria seca/ha-1
- Desenvolvimento radicular agressivo
- Excelente sanidade foliar
- Excelente resposta à adubação nitrogenada
- Nutrientes Digestíveis Totais (NDT): 74% (média)
- Proteína Bruta (PB): 28 - 30% (MS)
- Valor Relativo do Alimento (VRA): 142
- Energia Líquida para Lactação (ELl): 1,71 mcal/kg MS
Onde adquirir
As sementes da cultivar Lenox podem ser adquiridas diretamente com a Biotrigo Genética, em Passo Fundo (RS) pelo telefone (54) 3327-2002, em Campo Mourão (PR), pelo telefone (44) 3525-6447, email tiago@biotrigo.com.br ou pelo site www.biotrigo.com.