Brazil
June 26, 2017
Durante a reunião da Câmara Setorial do Arroz, na tarde de quarta-feira (21), o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) promoveu um teste sensorial entre os representantes das entidades que integram o grupo para classificar a qualidade dos grãos produzidos pela autarquia. As variedades analisadas foram: Irga 417, Irga 424 RI, Flar 4489 e outras. No total, 25 avaliações foram feitas. Sem saber qual arroz estavam consumindo, os participantes precisavam considerar itens como: maciez, aparência, abertura dos grãos, coesão, sabor, aroma e cor, além de impressões gerais sobre o arroz. O Irga 424 RI e as linhagens promissoras, como a 4489 tiveram um resultado muito semelhante à Irga 417, considerada um material referência em qualidade no Rio Grande do Sul, no Brasil e em toda América Latina, utilizada em laboratórios com alto padrão de exigência.
As porções foram preparadas nas novas panelas elétricas adquiridas pelo Irga. “Usamos um novo método para cocção do arroz com panelas elétricas destinadas para análises de rotina com público externo e interno para avaliar a qualidade dos grãos de cultivares existentes e linhagens promissoras. O cento branco, presente na Irga 424 RI, desaparece após o cozimento e isso foi comprovado hoje, ratificando sua qualidade de cocção”, avaliou o pesquisador do Irga Fernando Miranda.
O gerente de divisão de Pesquisa do Irga, Rodrigo Schoenfeld, fez uma apresentação sobre os manejos adequados para extrair os melhores resultados da cultivar 424 RI, semeada em mais de 40% das lavouras gaúchas na safra 2016/2017, foram exatos 485 mil hectares com a cultivar. “A 424 é a que mais sente o atraso da semeadura. A única lavoura com a 424 que apresentou algum problema significativo no RS, foi semeada tardiamente. É um material exigente, mas que traz excelentes resultados. Adubando de forma equilibrada, controlando a planta daninha cedo e irrigando de três a quatro folhas, se tem uma sincronia de perfilho, e isso depende de manejo do produtor”, detalhou Schoenfeld. O gerente também ressaltou que, em nenhuma lavoura onde a 424 foi semeada, houve qualquer registro de Brusone, uma das principais preocupações na cultura orizícola. “Com atraso na colheita se perde muita qualidade e não podemos controlar isso, quem controla é o produtor. O Irga está buscando constantemente melhorar as suas cultivares, é para isso que trabalhamos todos os dias”, completou. A 424 foi desenvolvida visando altas produtividades e aumento da rentabilidade dos produtores orizícolas e levou aproximadamente dez anos para entrar no mercado.
O diretor técnico do Irga, Maurício Fischer, apresentou o Ensaio de Rendimento de Valor de Cultivo e Uso (VCU) de Linhagens de Arroz Irrigado Resistentes a herbicida do grupo químico de Imidazolinonas. “Feliz da indústria que pode contar com a pesquisa pública porque, graças a ela, pouquíssimo material de fora entra no nosso Estado, o que vemos acontecer é justamente o contrário, é o nosso arroz indo para outros estados e países por causa da qualidade que tem”, explanou o diretor. Na Argentina, 40% da área plantada de arroz é justamente com a variedade Irga 424 RI-CL, outros países como Paraguai também utilizam a cultivar.
Outra informação enfatizada na reunião foi que, na cultura do arroz, somente 15% das lavouras recebem algum tipo de fungicida, número significativamente inferior se comparado a outras culturas.
Palavra do presidente da Câmara Setorial
O presidente da Câmara Setorial do Arroz, Rodrigo Rizzo, avaliou positivamente os resultados da reunião: “A reunião foi de grande proveito e trouxe um ineditismo, que foi o teste sensorial do arroz”.
Participaram da reunião, representantes da Seapi, Irga, Famurs, Fearroz, Federarroz, Sindarroz, BMS, Conab, SDECT e SDR. O próximo encontro da Câmara deve acontecer no mês de agosto.