O crescimento foi de 6,8%, ou 2,4 milhões de hectares, em relação à safra 2012/13. Destaque para a cultura do algodão, que atingirá 56,8% de adoção, segundo dados do 2º relatório de acompanhamento da Céleres
São Paulo – A área plantada com sementes geneticamente modificadas – soja, milho e algodão – no Brasil deve atingir 40,2 milhões de hectares no ano agrícola 2013/14, o que representa uma evolução de 2,4 milhões de hectares, ou seja, 6,8% em relação à safra anterior. As informações são do 2º levantamento de adoção da biotecnologia no Brasil, realizado pela consultoria Céleres.
“O crescimento da produtividade ainda mantém a adoção da biotecnologia em alta, verificado nas três culturas transgênicas. Mesmo com o custo da semente geneticamente modificada ser um pouco superior à convencional, fatores como o aumento de rendimento do produto final, redução no custo de produção e benefícios indiretos, como a facilidade de manejo, contribuem com a evolução da biotecnologia verificada nos últimos anos”, explica o CEO da Céleres, Anderson Galvão.
A soja mantém-se na liderança, com um total de 27 milhões de hectares (67,2% da área total), seguida pelo milho. Somando-se as safras verão e inverno, o cereal ocupa 12,5 milhões de hectares (31,2% do total com culturas transgênicas). Por último, o algodão representa 1,5% da área total, ou 0,61 milhão de hectares.
Algodão transgênico avança
O crescimento da adoção do algodão geneticamente modificado foi destaque nesta edição do levantamento. A cotonicultura transgênica atingirá 56,8% de adoção, um aumento considerável em relação à 2012/13, quando a adoção era de 49,4%. A área total de algodão GM aumentou 35,7%, ou 160 mil hectares, relativamente ao ano 2012/13, acompanhando o aumento total de área da fibra.
“O ataque intensivo de lagartas sofrido na última safra tem sido um fator importante no aumento da adoção do cultivo geneticamente modificado. Mesmo que o algodão transgênico plantado na última safra não fosse totalmente resistente ao ataque de lagartas quarentenárias (lagarta da maçã ou helicoverpa armigera), a repressão da infestação desta praga por parte da tecnologia GM é um fator decisivo no aumento do cultivo”, comenta Anderson.
Soja e milho
Na análise por cultura, a soja transgênica representa 91,1% da área total semeada com a oleaginosa, crescimento de 9,4% em relação à safra anterior. Já no caso do milho, a safra inverno ocupa a segunda posição, com 89,9% da área total. Na safra verão, a taxa de adoção de híbridos transgênicos atingirá 71,1% do total semeado com o cereal. Considerando a área total de milho, a adoção de biotecnologia totalizará 81,5%, ou 12,5 milhões de hectares.
Na comparação com a safra anterior, esse número permanece quase estável, com avanço de 0,9%. Mas, ao comparar com a safra 2008/09, primeiro ano de adoção do milho transgênico, o aumento foi de 11,38 milhões de hectares.
Em relação à adoção por tratamento, a tolerância a herbicida continua na liderança, com 25,9 milhões de hectares ou 64,5% do total. A segunda maior área será ocupada pelos tratamentos combinados, já presente nas três culturas, chegando em 7,8 milhões de hectares ou 19,3% da área total. Por último, a resistência a insetos, de forma isolada, atingirá 6,5 milhões de hectares ou 16,2% da área total dos tratamentos.
No levantamento por Estados, o avanço da tecnologia transgênica segue firme nos principais produtores do País, mas com destaque importante nas regiões de nova fronteira agrícola, como o BAMAPITO (oeste da Bahia, sul do Maranhão e do Piauí e leste do Tocantins). Tocantins, por exemplo, apresenta um crescimento de 25,3%, comparando à safra anterior.
Mato Grosso continua liderando, com um total de 10,9 milhões de hectares cultivados com transgênicos. Em seguida, aparece o Estado do Paraná, com 7 milhões de hectares e, logo depois, o Rio Grande do Sul, com 5,5 milhões de hectares.